4.6.11


Hoje sem dar por ela fui-me sentar no sitio onde nos conhecemos. Há muito tempo que não pensava em ti, tinha-te apagado da memória, do pensamento e do coração. Nunca pensei que de um momento para o outro fosse relembrar tudo, desde o momento em que nos conhecemos àquele momento em que estávamos sozinhos e tu disseste “conheço um rapaz que gosta de ti. Sabes como é que ele se chama?” o meu coração naquele momento parecia que me queria sair do peito, começou a bater tão depressa que eu não o conseguia controlar, aquela ansiedade por saber a resposta que eu já sabia mas que queria que tu a dissesses, juro-te que quando tu me respondeste “chama-se Paulo e está mesmo ao teu lado” foi um dos momentos mais felizes para mim, podia-te conhecer à pouco tempo, mas tudo aquilo por que tínhamos passado, todos aqueles momentos, aqueles sorrisos, aquelas brincadeiras, tudo mesmo Paulo. Foi tudo tão bonito, foste um dos meus primeiros amores, não é que sejam muitos, mas estou a falar daqueles que marcam sabes? Se pudesse voltar atrás no tempo voltava aquela passagem de ano em que estávamos os dois sozinhos nas escadas e a luz falhou e tu me disseste “sabes o quê que eu queria agora?” só me lembro de te olhar com os olhos a brilhar e não me deste tempo de responder, talvez porque a resposta fosse óbvia demais, e não vou mentir ao dizer que não era aquilo que eu queria, porque era exactamente aquilo que eu mais queria, beijar-te, mas não sei, na altura apenas não me pareceu uma boa ideia. Talvez porque estivesse com medo, não sei, mas arrependo-me disso. Se me perguntassem o que eu queria exactamente neste momento a minha resposta era sem dúvida nenhuma que queria ver-te, já não digo falar contigo porque talvez isso fosse pedir demais para quem não se vê à uns 3 anos, mas ver-te era muito bom, poder relembrar tudo aquilo que passamos. Quando estava ali sentada no escuro só pensava em como era bom tu apareceres e sentares-te ali ao meu lado, exactamente no sitio onde nos conhecemos e ver o teu sorriso uma vez mais.